Conjunto vazio

Autores cada vez mais lidos, aumento do número de livrarias, surgimento de campanhas literárias diversas. Embora pesquisadores apontem para a otimista realidade no mundo dos livros, ainda sabe-se que a compreensão de textos simples deixa à desejar quando analisada mais de perto. Esse contraste tem ficado cada vez mais claro quando colocada em pauta a diferenciação do crescimento e divulgações da literatura comparada com o aumento significativo do analfabetismo funcional na sala de aula. Além das barreiras educacionais, esse preocupante quadro mostra que as dificuldades de leitura são a mola propulsora da desinformação, da adoção do senso comum e do agravamento do abismo socioespacial.

Nas escolas, tem ficado cada vez mais clara a distância do estudante com a expressão de suas idéias. O grande erro que se gera é o baixo nível de informações compreendidas e de possível transmissão, criando dentro disso um ser humano vago e longe da realidade do mundo que o cerca.

Cabe vermos que o distanciamento das palavras e seus significados comprometem, em grande escala, a diferenciação da crítica pessoal e do senso comum entre todas as pessoas. Uma vez que ao lermos o que não entendemos, nos submetemos ao entendimento do outro e do que lhe couber saber.

Nesse sentido, quanto menor for a compreensão da leitura mais perto estamos de uma dimensão limitada de espaço e sociedade ao nosso redor. Esse olhar reduzido do ser humano tem a tendência de aumentar cada vez mais se não forem tratados os problemas surgidos ao decorrer do entendimento de textos.

É claro, portanto, que as dificuldades geradas pelo mau entendimento de textos estão totalmente ligadas com a vida futura de uma sociedade que se compromete cada vez mais com os livros e com a exposição de suas idéias. Sem a opinião e o amplo conhecimento da nossa realidade estaríamos simplesmente afundando num lugarejo de livros e críticas não fundamentadas feitas por conjuntos de pessoas vazias de qualquer informação bem entendida.

Tadeu Goulart
Enviado por Tadeu Goulart em 29/07/2009
Código do texto: T1726251
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