quadrinhas xxxiii
1.
sem âncora, à deriva
vela pelo avesso
a ideia é figurativa
e não tem preço
2.
meu canto triste
meu canto alegre
o dedo em riste
montado no jegue
3.
confesso, na minha boca
teu sabor – e peco
e peço – outra dose louca
sempre vale um peteleco
4.
palavra lambe a boca
à margem da lua
nua, a escrava rouca
a cantarolar na rua
5.
sempre fica uma fresta
onde passa o destino
tinha folguedo, era festa
no sonho cristalino