REVOLTAR-ME PARA QUÊ?
Revoltar-me para quê? Não faz sentido,
Sei que já vivi por excelência assim,
E que agora vivo desta maneira talvez,
Mas não vou perder o meu grande ouvido.
Ainda vou ser amado e muito querido,
Tive uma doença feroz paciência…
Não quero mais ouvir falar nisso,
Ainda isto vai no adro, e sabido
Tenho que ter mais cuidado comigo,
Não me alimentar de porcarias,
A saúde está em primeiro lugar,
Vamos bradar as nossas alegrias.
Por exemplo não gosto de informática,
Mas atualmente é o que se usa…
Pra isto falta-me muita prática,
Portanto já não há uma recusa.
Temos outras coisas mais belas,
E outras coisas mais interessantes,
Livros, CDS, coisas tão singelas,
Mas não podemos ser arrogantes.
Não tenho dinheiro suficiente,
Mas o que hei-de mesmo fazer?
Matar-me? Sou mesmo inteligente,
Tenho como outros que sobreviver.
Não sou mais nem menos assim
Que os outros, sou igual a toda a gente,
Se temos uma vida muito ruim,
Não podemos estar mesmo descontente.
Aceitar a vida como ela mesmo é,
É este governo corrupto de malfeitores,
Que está a fazer pra perdermos a fé,
Mas quem vive mal são os trabalhadores.
Desde os mais pobres aos intelectuais,
Aos mais humildes, ao mais graduados,
Mas nem os mendigos e coloquiais,
Vivem como querem nestes prados.
LUÍS COSTA - sexta-feira, 6 de Novembro de 2015