A REDE ROSA...
Deitado e balançando nessa rede rosa
Criatividade no ar e as letras surgindo
Em forma de verso, poema e prosa
Enfeitando a folha e o coração sorrindo...
Tudo dançando no mesmo embalo
Eu descansando e pensando no galo
Que cedo canta cocoricó até incomodar
Para que dela levante e venha acordar...
Pés espichados e o corpo também
Parece que estou encima de um trem
Feito de pano e punho forte
E eu aqui deitado na sorte...
Estendido e vendo quão belas plantas
Não tenho idéia de quantas são as atas
Que vejo crescer para depois as comer
E desses versos jamais me esquecer...
Aqui, no balanço, dessa rede rosa
Ouço o barulho da corda que grosa
Mostrando o quanto és valorosa
Meu descanso de pano briosa...
Nesse embalo escrevo poesia e prosa
generosa, prazerosa e amorosa na rede rosa
Sentindo no peito o vento da noite bater
Canções que, de hoje em diante, as quero ter...