VOLÚPIA

Ah, se meus pobres versos traduzissem

toda a poesia que a tua boca inspira,

seguir-me-iam os homens, em rebanho,

tangidos pelo som da minha lira!

A tua boca (agradável armadilha)

prendeu meu ser no beijo desferido,

como num golpe a ratoeira apanha

o triste camundongo distraído.

Debatendo-me nela, ansiei ainda,

a paz da liberdade anterior.

Mas já liberto - meu desejo era

de retornar aos lábios do opressor.

Boca de beijos siderais e ardentes...

O meu corpo – teu hálito inebria!

Solto no ar, seu rastro sigo, em busca

da fonte do prazer e da alegria!

São loucos os estalos que, no beijo,

experimenta o corpo de quem ama...

Quando os teus lábios sobre os meus repousam

sabe Deus o que sinto! E com que chama!

Alexandre Basso
Enviado por Alexandre Basso em 17/08/2014
Reeditado em 24/08/2014
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