Hoje...
Hoje amanheci cedo, o céu riscado de pássaros amarelos, voando para lá e para cá, pareciam rir, cruzavam o espaço de minha janela e sumiam nos seus vôos equatoriais .
Depois olhei para o horizonte e lá, o céu ia se manchado de cinza chumbo, meio machucado tendendo para o roxo, mas aqui perto de mim era tudo azul-claro, como um azul que nunca existiu e que nunca mais existirá, essas cores celestes jamais vistas.
Depois, um vento desses que vem trazendo as chuvas e entra pelos ramos dos cabelos, adentrou-me até aos pensamentos, parece até belisca a gente e sorri, depois foge numa carreira, correndo pelo corredor da casa, corri atrás e ele dava voltas também corria atrás de mim, percorria-me, assim brincando-feito-gato...
Fui fechar as janelas, mas antes não resisti, e fiz como quando em criança, lancei mãos e braços para fora, depois a face e a boca aberta, quase todo corpo pendendo para fora da janela (lembrei que dizem que água da chuva é milagrosa, faz bem), e naquele impulso de quem não acredita em nada, mas que se lança às coisas repleta de êxtase me encharquei toda de milagres!