EIS AS MINHAS RAZÕES PARA TE QUERER TANTO.

 

 

 

Um descuido lúdico da minha alma

 

 

 

É evidente que existe uma gama infinita de facilidades para apresentar as minhas razões, tendo em vista, é claro, a própria evidência nos indícios que despontam em mim, sem o menor esforço e controle para camuflá-los.

É como se fosse um verdadeiro rio correndo desenfreado pelas minhas artérias, sem a presença ou a imposição de uma represa imaginária que obstaculize o seu curso fagueiro no coração deste menino.

A veracidade deste sentimento é sobremaneira inquestionável e, a sua ressurreição, eu também confesso que é uma questão naturalmente irrespondível, em função da sua consistência pétrea e da transparência vítrea e genuína.

Se pelo menos eu fosse capaz de cometer a irresponsabilidade em escondê-lo, é lógico que eu não teria êxito para tal fim, pois a sua maneira de ser e de existir é real, provável, verídica e terminantemente inconteste.

Mas por que será que te quero tanto?

Seria o mesmo, penso eu, se perguntasse à semente: Por que germinas?

Ou se interrogasse os sinos: Por que tangem?

Ou se perguntasse às estrelas: Por que cintilam?

Ou se perguntasse às flores: Por que sois belas?

Ou, finalmente, se perguntasse às crianças: Por que sois inocentes?

Na verdade minha linda, não existe uma razão lógica e explicativa para se amar, pois os eventos da alma devem ser vividos sem grandes questionamentos.

A alma não é regida pelos conceitos ou pelos nossos preconceitos, portanto ela pertence a um mundo que o ser humano ainda não conseguiu plenamente decifrá-lo.

É lógico que as perguntas feitas acima evidentemente que teriam respostas óbvias, porque te amar também é uma questão anímica e axiomática.

Perguntaria o óbvio somente para confirmar a clara evidência manifestada.

Mas, afinal, por que te quero tanto?

Porque este querer é intimamente meu, isto é, a minha alma é que te quer assim.

Por quê?

Porque tu me inspiras o doce encanto da harmonia e do amor, e em ti eu encontro a serena paz e o equilíbrio vital para a minha forma de ser.

Porque também minha querida, eu ajo de conformidade com o que eu sou, pois eu sigo o que eu sou, (Agere sequitur esse) o ser segue o agir ou o agir segue o ser.

Portanto, não há máscara em mim e nem em ti, sendo assim, eu me encontro contigo e tu me vês assim como realmente eu sou, e eu te vejo como realmente tu és.

Além disso, minha linda mulher, tu tens todas as qualidades que se aproximam das minhas, e assim, essa igualdade resulta numa harmonia boníssima.

Eu tenho te falado muito como é de meu costume e tu bem percebes disso, entretanto ainda não te falei tudo.

Por isso, hoje eu me detive nestes questionamentos para te dizer tão somente que te amo de muito amor, nada mais romântico poderia te dizer, somente gostaria de te oferecer rosas e te cobrir de pétalas.

Agora espero o momento certo, o tempo suficiente e necessário para que as nossas almas se encontrem por completo.

E, nesse momento que logo virá e queremos que venha, por certo, nos amaremos sinceramente, totalmente, carinhosamente e, sobretudo, horizontalmente.

Durante esse período de maturação afetiva que antecede o momento final, estamos nos vitalizando um no outro, tudo sempre envolto pela pureza da tua ternura que transita graciosamente por mim.

Este sentimento e o clima vivido contigo, não fere os meus estímulos racionais, muito ao contrário, ele desperta as minhas emoções para o sonho, a fantasia, o prazer, o encantamento e a infinitude do bem te querer.

Na verdade, tu és uma possessão angélica, por isso, eu vivo contigo um arrebatamento místico e tu me envolves de um halo harmônico, grávido de serenidade e equilíbrio.

Estar contigo, eu confesso, é sentir-se protegido pelo escudo inefável do teu carisma de mulher fagueira e sabidamente muito amada.

Eis as minhas razões de tanto te querer, lindas, simples, sinceras como tudo aquilo que é naturalmente bom.

Por isso te quero tanto!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 25/04/2008
Reeditado em 27/04/2008
Código do texto: T961334