Presa do acaso
Atalhos que se cruzam, numa malha intrincada e desconhecida
pedem de mim decisões, sobre, para onde e como ir,
mesmo que eu não saiba, absolutamente nada, desse seguir...
Sigo, quase sempre às cegas, fazendo contas, tentando chegar
onde, sequer sei, onde é... Perigosa aventura essa, de escolher
no escuro, aquilo que irá, espero, enfim, me acalmar...
Em pleno agito, sou espreitado pela foice da agonia, presente
na rua, no ar, na tristeza do adeus, no sexo de uma louca paixão
ou por alguma dor, que me ameaça, dizendo: eu sou sobrevivente...!
Insisto -presa do acaso que vivo- no engano, achando ser dono do meu destino...
Mas joguete sou do viver, imaginando estar no controle do acontecer
que o vento leva para mundos improváveis... Além... muito além do que imagino...