MARIA

 

Ó Maria, dizer o teu nome é um doce cantar!

 

 

                                 Não tentes, ó Maria, não mudes nunca a minha pureza de viver, esse meu viver é assim mesmo - é como se fosse névoa e perfume.

Um, é um evento natural das manhãs frias que me dá a possibilidade de se elevar voando, assim como fazem os meus pensamentos quanto estão envolvidos contigo.

O outro é a essência da vida, talvez o aroma do amor que sinto quando contigo estou, pois de ti se evolam as mais embriagantes das fragrâncias.

Não tentes Maria, não mudes nunca a minha pureza de existir e de te amar!

Minha linda, tu és Mirian para os judeus, mas para mim tu és simplesmente Maria, pois quando estou repousando em teu morno corpo, eu sinto que estou no meu ninho de pomba ainda implume.

Dizer sempre o teu nome ó Maria, é um princípio de viver, um doce palpitar e um eterno cantar.

A tua presença é que alimenta o meu pão que é feito de ciúmes e benquerer, ouvir sempre o teu nome é um misterioso encanto no ar.

Na verdade ó Maria, é o céu que o diz e, em canto se resume, porque pronunciar o teu universal nome ó Maria, já é um doce cantar.

Pela manhã quando estou a caminhar, os campos me apresentam as suas flores, e delas se evola um aroma doce como o mel, se desfazendo como néctar em minha boca.

Nessas horas, ó Maria, eu te amo com o melhor dos meus amores.

Mesmo diante de toda essa beleza que se descortina, eu vejo apenas uma campina verde sideral, e tu te transformas numa constelação que não se toca, pois estás além e atrás do cume de uma avançada montanha. (Bonja)

Eis a minha doce agonia, viver com essa chama no meu coração.

 

 

 

 

 

 

 

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 13/03/2008
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