AMANDO E NAVEGANDO COM ÁGUA E ESTRELAS

 

 

 

 

Agora, eu pretendo entrar nesse túnel de realidade, esse que estou sentindo agora, o túnel da saudade, na verdade, um verdadeiro túnel do tempo e, se tudo der certo, pretendo caminhar numa viagem sideral para, de repente, quem sabe te encontrar como estrela de grandeza alfa nessa minha caminhada tresloucada.

Eu sei que a distância que se estabeleceu entre nós é infinita, mas nada é impossível ao meu pensamento, pois eles são impulsos da alma que, desconfio tenham uma velocidade superior a da luz, assim também nada posso fazer contra essa força incoercível do grande sentimento que te dedico.

Nessa viagem espacial, perdido no intangível do universo e no mundo dos meus pensamentos, eu bem sei que até as estrelas expiar-me-ão cintilando nervosas com inveja de ti.

Alerto-te para que quando olhares para o céu à noite e sem querer, tu hás de ver uma estrela de cor avermelhada sobre as montanhas do “Bonja”, e pela sua intermitência saberás que sou eu.

É que o meu rubro coração a tingiu assim, estou me referindo à estrela Aldebarã, isso porque, o meu amor por ti abrasou até os céus também.

Mas se não for possível essa viagem sideral, dentro dessa minha campina interplanetária, juro-te que navegarei os mares, mesmo entre as ondas revoltas e os arrecifes para, quem sabe, te encontrar entre as sereias cantando baladas sedutoras de amor, numa apoteose encantada e enfeitada com algas e plânctons.

Entretanto, prefiro as estrelas, porque elas são de domínio público e, se eu as vejo tu também as vês, dessa forma os nossos olhares se encontrarão no infinito.

Eu te elegi a minha estrela nesse meu céu, dessa forma, tu poderias te fazer estrela cadente e correr para o sul, aonde eu me encontro ensimesmado e deslumbrado com a magnitude desse firmamento que criei.

Se não conseguires, eu juro que me transformarei num cometa errante e ficarei estacionado sobre o “Pesque e Pague” da tia Maria, até que tu me notes fosforescente sobre as montanhas.

Será incandescente e o nosso amor espargirá uma profusão de luzes, numa evolução de corpos em volúpia sideral.

Após esse ástreo amor, esvoaçaremos pelo espaço e faremos a nossa morada na lua e, na vastidão da sua brancura eterna, teremos nossos rebentinhos, alguns cometinhas atrevidos que farão estripulias pelos campos lunares.

Esta divagação é tão somente para dizer que te amo, pois o teu corpo tem caminhos de lua e sucos de maçã e, os teus lindos olhos, escondem uma galáxia verde de amor.

Hoje, eu tenho a vontade de mergulhar no teu oceano imenso, submergir no teu lindo corpo e colher as algas que estão depositadas em cada curvinha à espera de um carinho.

Amar é uma loucura, uma demência avassaladora que, nos faz voltar para uma adolescência mais maluca ainda.

É tão louco esse amor que ensimesmado, eu solto a minha imaginação e desejo ardentemente orbitar o teu lindo corpo para sempre, saciando-me e saciando-te com aqueles carinhos plenos que nunca foram rejeitados.

A distância é um tônico que mede a intensidade do amor e, se passarmos nesse teste com perseverança, eu te juro que nós estaremos prontos para comungá-lo em dias futuros.

Se te amo é desnecessário dizer, pois tu bem sabes e conheces o meu amor, por isso, eu vou vivê-lo e te amar a cada dia restante da minha vida.

Vou te afirmar isso sempre, até que possamos confirmar numa vida a dois, naufragando os nossos desejos mais íntimos e secretos.

É indestrutível o meu amor por ti, pois tu já me possuis e eu te possuo, assim as nossas almas estão entrelaçadas, talvez uma junção de espíritos que agora se reencontram, após uma caminhada cheia de sacrifícios, sombras e dor.

É a recompensa dos justos.

 

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Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 06/03/2008
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