ADORO-TE, ISSO É UM FATO, AMO-TE, EU CONFESSO!

 

 

 

 

Hoje, eu quero te dizer as coisas mais lindas deste mundo, capazes até, de causar inveja às vaidosas rosas.

Dizer-te, por exemplo:

Eu gostaria de beber o raio queimado da tua beleza e beijar as curvinhas do teu lindo rosto, naquela hora quando para mim tu sorris de forma graciosa.

Eu quero navegar os teus lindos olhos, e me esconder para sempre às sombras das tuas eternas e arqueadas sobrancelhas.

Tu permaneces como brasa rubra deitada docemente no turíbulo da minha vida, de onde se evolam todos os aromas místicos e embriagantes.

Tu és o meu relâmpago novo e rebelde de verão, que clareia mansamente a linha do horizonte, quando perdido eu expio a distância e ele se perde da minha janela, e aí, ensimesmado e triste eu componho para ti.

Tenho saudades da polida pedra de tuas unhas, do teu sorriso resvalado, do teu jeito de menina arteira e do carinho suave de tuas mãos brancas como névoas.

Tenho saudade da tua boca, essa granada de canto e guizo, que está pronta para explodir em beijos loucos, gostosos e insistentes.

Tenho saudades também dos teus lindos seios, essas duas luas que carregas em teu peito, e que ali estão repousados com sensualidade, soberania e arrogância feminina.

Tu és a minha igrejinha rústica e singela no campo das paixões, onde eu me prostro de joelhos sem o caráter do sacrifício, quando, nesse momento, tu te transformas numa catedral de ouro, a minha real e prometida basílica de amor.

Em ti se acumularam todos os encantos, e o meu encanto por ti continua perseverante, obstinado e reverente.

Esqueçamos as ditas coisas profanas do mundo, que dizem ser a realidade.

Elas, as coisas, não nos querem juntos, amemos o nosso amor, pois ele supera a própria realidade, as ditas coisas profanas e, como recompensa, ainda nos propicia milagres.

Tu és o meu cacho louco de esperanças, mesmo contra o destino colher-te-ei na mansidão da minha paz e na vindima dos nossos sonhos, e assim, eu te eternizarei em meus poemas ensimesmados e tristes.

Eis que se aproxima a páscoa, um símbolo de vida nova, por isso nós devemos aproveitar essa época para, renovar e vivificar o sentimento do nosso amor, pois logo, logo, os anjos entoarão tessituras celestiais para nós.

Amar esse teu amor, é como beber o som líquido da tua voz que propicia murmúrios no meu coração, e que estilhaça e quebra os cristais e as pratarias dos nossos sonhos.

A turva embriaguez desse amor me levará ao delírio, pois hoje eu te divisarei trânsfuga habitando os meus sonhos impossíveis.

Amo cada pedaço de lua existente em teu corpo e, como um cometa perdido na chuva, eu te incendeio no campo sideral dos desejos escondidos.

Amo-te por branca e imponente, uma verdadeira flor-de-lis, que desabrochou numa tarde cheia de ventos e beijos em verdejante montanha.

Por isso, deixa-me beber em teus lábios o sorriso inebriante que me seduziu de súbito.

Eu juro que vou mensurar o teu corpo, beijo a beijo, toque a toque, boca a boca, sussurro a sussurro, até que chegue aos nossos olhos um novo amanhecer.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 03/03/2008
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