Morte
Sempre que penso na morte, nascem vários medos dentro de mim, do desconhecido, dos mistérios, da saída da casca do ovo. Nós nunca sabemos o que está por trás da morte e nem tão pouco quando vai chegar a hora.
Mais acho que o maior medo que me afligi mesmo é deixar algo para trás, e quando me refiro a deixar algo para trás não me refiro a casa ou carro. Me refiro a deixar coisas a fazer, chegar do outro lado e olhar para este e pensar: “Poderia ter ajudado, poderia ter lido, poderia ter falado, poderia ter aprendido, poderia ter amado”. Esse, com certeza é o pior dos medos e sinceramente eu tenho medo de morrer, muito medo. Por que sei que ainda não tenho consciência do que posso fazer, às vezes nem ao menos do que quero fazer, e morrer sem ter consciência, para mim, é morrer sem saber que estava vivo, é morrer como um rato de esgoto qualquer, é como ganhar um presente de Natal com todo carinho do mundo e jogar fora.
Engraçado, estou olhando para o computador nesse momento e me perguntando por que eu não vivo. Percebi ao mesmo tempo o que me movi e o que me prende. Sinto como se tivesse um guarda dez vezes maior que eu na minha frente me impedindo de crescer. As vezes sinto como se eu fosse uma pessoa solitária lutando contra um exército. E todos estivessem ao mesmo tempo em cima de mim e eu nem ao menos consigo respirar.
De acordo com o que eu aprendi, para ser livre basta apenas ser. Eu não sei ser, sabendo disso chego a conclusão de que não sei nada, não sei nem mesmo ser, ser algo além de um programa de computador criado para fazer tudo exatamente da forma que a sociedade impõe, uma máquina movida a açúcar. Será que é isso que eu sou, uma máquina movida a açúcar?
Sim e não, sei que não sou mais não sei ser outra coisa.
Na minha mente grita nesse momento uma voz alta.
SEJA!!!