SAUDADE

A chuva caía fina e persistente e, no mesmo ritmo, as lágrimas molhavam o meu rosto. Eram fruto de uma saudade que consumia os meus dias e devastava o meu viver!
As lembranças inquietavam o meu pensamento e insistiam em trazer de volta aqueles momentos de amor... Tempo feliz, tempo de paz, tempo de esperança!
Confesso que a tua voz permanece em meus ouvidos, falando de coisas que eu nunca poderia esquecer...
O nosso idílio inspirava os mais inquietantes versos! Eu bebia do teu cálice e desfrutava da tua fonte para escrever meus poemas de amor...
Restou essa saudade profunda a ferir o meu peito, a adentrar em meu coração como penetrantes espinhos! Uma adaga traiçoeira e brilhante a hipnotizar-me e finalmente despedaçar o meu coração!