Quem sabe um dia ...
eu consiga um semblante tranqüilo
reflexos dos horizontes ou das estrelas
espelhos nos pulsos quebrando meu estilo
conseguindo ultrapassar os tempos ,
o silencio guardado nas entranhas ?
Quem sabe atinja o frescor, o ardor
sem sabor de lamas,lodos de porões
nem mais desertos percorrer
em solitárias caminhadas sombrias ?
Preciso de palavras soltas
sem regras, normas oprimidas,opressões
um corpo leve, magia nas mãos
sem dálias doloridas,
ruas com tantos espinhos
escorridos dos bueiros da vida
nos pingos das chuvas .
Forças , suspiros, murmúrios
dos troncos que águas bebe
desfiando nos olhos cascatas
das lágrimas congeladas
e voltar a poesia cristalina em fontes
derrubando paredes
abrindo janelas, voando ventos
ressurgindo das cinzas ,
quem sabe um dia consiga ...
27/01/08