Bons ventos me trazem
Em cada pensamento
me derrama, natura,
muitos sóis que douram
despenteando com vento
a chuva que purifica
y tudo quanto a vida
pulse me traga estrelas
limpas com olor de cosmo.
Doces cascatas, diluam
na vã filosofia
canção de encantamento
sobre os múltiplos ecos
de plágios de um poço
outrora tampado
de cujo ventre eclode
a flor nativa do Eden.
Oh, nuvens viajeras
suaves invasoras
derretam por completo
minha roupa encardida
esvaziando meu coração
como um balde de penas
curvado ao sujo chão.
Estrela em andrajos,
restaura minhas luzes
com teus raios etéreos
emudecendo angústas
planetárias com a voz
da fragrância que afaga.