Formigueiro

Terça-feira chuvosa em uma metrópole.

O cinza, cor de prédio público, tomou o céu,

suas rajadas furiosas.

O clarão pirotécnico acendia as janelas.

As árvores dançavam Tchaikovsky.

Formiguinhas, em seu formigueiro, agrupavam-se para se esconder, pois, quando a natureza decide se apresentar, atentos, contemplamos seu esplendor.

Coadjuvantes em seu show, esperamos o fechar das cortinas para que em nossa pequeninice voltemos ao cotidiano.

O último pingo cai.

As janelas se abrem.

Voltamos à fila do formigueiro, atrás de migalhas e folhas.