Décimo sétimo conto poético: nos bastidores

Eu convivo com um hipócrita que queria morto ou em Marte

Enquanto os idiotas simplórios de fora só têm elogios e sorrisos quando falam dele

Mas eu estou nos bastidores

E sou eu que vejo quem ele realmente é: um palhaço de nariz vermelho e maquiagem carregada

De pedantismo intelectual e fanatismo político

Ele não é o gente boa que os idiotas simplórios chamam pelo aumentativo

E que comentam comigo sobre ele como se eu me importasse

Como se pensasse o mesmo que eles

Se mal somos da mesma espécie

Se mal vivemos no mesmo mundo

Se eles mais se parecem com insetos

Formigas, abelhas...

Apesar de também serem primatas

E eu penso como todo aquele que sobe demais

Olhando para o fundo

E querendo mais e mais o que a vida pode oferecer de bom

Só que esse é o problema de conviver com carismáticos, atores naturais, duas caras, falsos, fingidos

Mentirosos...

Porque você fica com muita vontade de revelar sua verdadeira identidade

Só que ninguém vai acreditar

Se você sabe que é o exato oposto

Sincero e honesto demais para o gosto deles

Que mal consegue disfarçar seu desgosto por quase tudo