Os Entes, a Existência e o Ser
A meiga música paira sobre a minha razão. Em mim brota a flor da esperança, como os compassos que aos poucos nos conduzem à dança. Sinto-me distante de toda circunstância, plasmando o meu ser com tudo o que há, que é. Abaixo-me ante o mesquinho e nos meus olhos as lágrimas escorrem, como um sinal de maturidade filosófica e metafísica; sem a substância se nomear. Nomear a si mesma neste que vos fala? A insígnia das insígnias? Que por ser, nada mais pode fazer? Oh consciência, deite-me nos verdes pântanos da inconsciência. Deixe-me nos lindos lagos a vagar com o vento. Entregue-me ao doce beijo do silêncio, esquece-me, esquece-me e permita-me viver para além de toda significação. No eterno retorno do nada, o vazio abraçou a existência e os entes. Toda a "onto-existência ek-siste" e eu apenas sou, como um pássaro que se entrega ao vento para poder voar. Como um pássaro que sabe, sem saber, a aerodinâmica com os outros. Com os outros entes reais, não mentais-mentais, mas mentais-materiais. "O pássaro" voa por ser-com-Outro-ente-mental-material. Ó homem, és pássaro.