Sobre prisões...
Perto de mim tem um passarinho, ele canta lindamente, ainda que sempre a mesma melodia triste, lamúrias de uma alma esquecida… Mesmo durante o dia, enquanto os outros fazem algazarras, livres, partindo e voltando e partindo novamente, o lamento dele é sempre o mesmo, no mesmo tom menor, no mesmo ritmo monocórdio, na mesma harmonia partida. Sua tristeza também é a minha, porque somos companheiros de cela, apenas em prisões diferentes; mas quando escapar da minha, hei de ir lá soltá-lo…