PASSOS DE HISTÓRIA

PASSOS DE HISTÓRIA

Com passos seguros eu caminho,

Na estrada espinhosa da vida,

Pisando pedras, ervas, areia e pó,

Subindo escadas, cãs em desalinho.

Procuro montar a minha história,

Com erros, acertos nas refregas,

Acumulando na minha memória,

Os possíveis troféus de conquista.

No seio do meu povo eu vivo,

Lutando com ele, lado a lado,

De suas conquistas ou derrotas,

Também eu me sinto culpado.

Com este mesmo povo eu labuto,

Para legar aos homens de amanhã,

Um mundo melhor e mais humano,

Dou meu quinhão, meu tributo.

Se a inércia de mim se apossar,

E o mundo em prantos mergulhar,

Atire-me, meu povo, a tua ira,

Pois minha vida foi mentira.

Exija de mim povo altaneiro,

Posição de combate, avançado,

Nenhuma covardia, nem omissão,

Mas fibra de aço, de pioneiro.

Que eu baixe na fria campa,

De vaidades e louros despido,

Mas com a consciência tranqüila,

A satisfação do dever cumprido.

Se alguma mácula me restar,

De minha passagem entre vós,

Perdoe-me, meu povo, perdoe-me,

Não sejas, por favor, meu algoz.