Eterna Dança (Ou passos cósmicos entre a constância e o transitório)
Flocos de cristal, espirais infinitas
Inscrições perdidas dos Vedas,
O tempo elástico e ainda inviolável da matéria
Girando pela multiplicidade do invisível
Encobre nos vórtices dos átomos, segredos místicos da existência.
Lá fora, fracas esperanças batem descompassadas por segundo.
São borboletas exaustas pairadas sobre o absurdo.
Fogo-fátuo, quase apaga, adiante fracamente reacende,
nos restos de lembranças distorcidas pela erosão faminta do tempo.
Vívidas distopias, hipócritas premissas - vidas perdidas em nome de quem?
Pertenço a que linha (i)real que não possa ser a ilusão de alguém?
Atravesso mundos, sonhos, maldições.
Não é tudo nossa própria recreação traduzida de algo além?
O eco da eternidade indiferente é abafada pela atuação de térreos acordes pré-definidos.
E na indução desta imparável e inconsciente dança,
Diminuta frente ao transpasso dos Astros,
Ao toque eterno da mesma música, a maioria reproduz o ensaio.
Ao fim de repetida melodia,
Paga-se sem saber qual o preço do espetáculo
Os atuantes e espectadores
misturam-se em pó,
Enquanto nem um terço das estrelas
perdeu o ritmo ou errou o compasso.