UM REFRIGÉRIO DIVINO

A vida não é fácil,

Nunca disse que ela é!

Passei por tormentas,

Algumas bravias,

Sacudi, balancei,

Não soçobrei!

A travessia é longa,

O destino é incerto;

Muita coisa ainda para ver,

Muita coisa para viver.

Mares, rios, montanhas, caminhos.

Vias pavimentadas,

Estradas esburacadas,

Lagoas serenas, mares bravios...

... até agora vivi. Sobrevivi!

Cansado por vezes tantas,

Tantas vezes senti-me vencido,

Engano: não era!

Continuar era preciso.

Faltou-me ar,

Faltou-me fôlego,

Faltou-me coragem,

E, às vezes, a fé!

Caminhos percorridos,

Caminhos desperdiçados,

Não podendo parar,

Levantava e insistia.

O tempo passava,

A idade avançava,

O corpo alquebrava,

A alma desfalecia.

Mas, as estradas do caminho,

Muitas curvas reservavam,

Caminhando alquebrado,

Direita, esquerda,

Esquerda, direita.

Joelhos machucados,

Uma curva a mais,

E ai, quando não mais esperava,

Encontro a minha frente,

Como por, e porque não, um encanto!

Um vale esverdeado,

Árvores frutíferas,

Sombras reconfortantes,

Muitas flores coloridas

Pássaros cantantes e coloridos.

Todos conviviam,

Em completa harmonia.

No ar, um doce perfume,

Uma paz explicável,

Porque, uma paz divina!

Parei atordoado,

Tanta beleza, não mereço,

Esta paz, este frescor,

Parecia o Paraíso!

Mas, ele não podia ser:

Não passei e se passasse,

O Paraiso não merecia.

Mas, eis que uma voz,

Serena, forte e macia,

Disse-me, ao sigilo do ouvido,

De forma que não se contesta,

Porque de Deus não se duvida:

- Filho amado,

Não passastes por nada que não precisastes.

Teus descaminhos te levam a provas,

Que duras são, mas necessárias,

Para que, lenta e gradual,

A tua evolução aconteça

E que um dia, por merecimento,

Ao Meu seio tu retornes.

Sei, porém, que tuas lutas,

Ao cansaço te levaram.

Sou Pai, não Sou padrasto,

Eu quero, mas, Sou paciente,

E da Minha bondade não duvidas.

Uma pausa Eu vou dar-te,

Um refrigério para tua alma,

Para fortalecido voltares,

Às tuas lutas diárias.

Este, não é o Paraíso,

Porque o Paraíso é muito mais,

Mas, vamos dizer que o seja,

Porque de presente quero dar-te,

Uma pausa, um intervalo,

Para tu´alma repousares.

Eis o “Paraiso”,

As flores, as frutas, os animais,

O verde, a água,

O vento, o calor do sol.

Neste “Paraiso”, tu és o Adão,

E, para que não Me questiones em tuas preces,

E porque trabalho incompleto não faço,

E, das necessidades, conheço,

Eis que te ofereço,

A Régi do Pará, que também preparei,

Para, em teus braços, repousares!

.-

TARCIZIO ALENCAR
Enviado por TARCIZIO ALENCAR em 12/01/2024
Reeditado em 12/10/2024
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