Cabresto
Da perscruta do eu,
devorei o ópio da
amargura; nada funcionou.
Entre os epitáfios idílicos,
teu manifesto me sentenciou.
Os vales do abismo
abordou-me tão crasso:
"Não chores, querido! O que há de
dor, hei de curar.
Não vês? Olhe à tua volta, perdeste a ti
próprio, jogado no cume de teus pensamentos vis. Derradeiro.
Meu velho companheiro,
sem esmorecimento. Traçou
tuas dores, tuas agonias. Abrace-a.
Não abomine esta terra doentia
Aprecie o que a desgraça nos deixou
de pior. Mate-se todo dia, galope na solidão.
Do martírio, Cabresto do Caos, tu és filho. Orgulha-te, miserável.
Não seja Romeu, apóstolo do exílio.
Coma do fruto de Hamlet; da tua finalidade. Padeça, sordidamente, da colérica embriaguez."