UMA VIDA!
UMA VIDA!
Tarcízio Alencar
Vi uma criança gargalhando!
Vi a espontaneidade da gargalhada!
Nada a impedia do riso frouxo e da alegria!
Contagiado, sorri também.
E percebi que eu não gargalhara!
Parei para pensar... triste defeito!
E pensei: - há quanto tempo não dou mais uma risada completa?
Em que momento deixei para trás a capacidade de liberar a minha alegria?
Em que dia, em que momento, dei a minha última gargalhada?
Vi, após, esta criança, aconchegar-se a sua cama e dormir... de imediato.
Olhei o seu rosto e vi a paz que refletia o seu sono.
E, por coerência, pensei: - em que momento deixei o meu sono bom para trás?
Por que hoje, embora com remédios, nem assim, o meu sono é bom?
Saudades daquele tempo!
Olhei para o meu rosto e olhei para uma foto antiga:
A comparação era uma declaração de tempo.
A gargalhada perdida, o sono sem paz, a vincagem na face,
Mostraram para mim, de uma forma indelével,
Que o tempo passara; era um caminho traçado,
E estes sinais mostraram,
Que o caminho foi longo e os percalços diversos...
“Sinal dos tempos!”, diremos!
Pois é!
Cada qual com as suas provas,
Cada qual com as suas expiações;
Cada qual com as suas escolhas, seu livre arbítrio;
Cada qual “tocando” a sua vida de acordo com as suas condições.
Cada qual escolhendo os seus caminhos, fazendo as suas escolhas
E fazendo o seu tempo.
Eu fiz o meu!
Há dores, mas há realizações.
Arrependimento? Alguns!
Desejar mudar o passado? De forma alguma!
Fiz o que podia, no tempo que consegui,
Lutando as minhas lutas,
Superando os desafios.
Tempos e energias perdidas?
Com certeza!
Mas, não voltaria atrás nem pediria para fazer um recomeço.
Venci! Superei!
Agora é entre mim e Ele
No dia determinado!
Obrigado, Papai!
Depois eu volto,
Com novas gargalhadas
E lágrimas após!
._