Sacre Coeur
O veneno correndo pelas veias, buscando um refúgio, buscando um segundo a mais, tendo a certeza de que seu papel está muito longe de ser passivo.
Um desprezível impulso para o insano, devorando as vísceras que apenas pesam, sem funcionamento algum. Uma insistente gravidade para a mudança.
Quando a minha sombra começa a sangrar, não há como pensar ter chegado ao fim, existe sempre uma maneira de abrir o alçapão e fazê-la cair ainda mais. O meu cérebro já se sente deteriorado.
Quais são as perguntas certas? Quais são as respostas esperadas? Brincaremos de quente e frio? De vivo- morto? De esconde-esconde?
E, com um poder magnânimo de hipnotizar, a levará para o fundo da sua caverna. Um monstro a puxando para a sua mandíbula com sede. Sede de sangue. Não apenas um pedaço o contenta, o desejo é o integral, um corpo inteiro.
Destrancando os portões da minha obscura mente, me sentindo Leon Trótski temendo o machado; a cidade se esforçando para respirar sob as sombras, enquanto a minha pele sedenta rangendo contra o concreto, meu coração sangrando me tortura, eu estou perdida, eu simplesmente não sei para onde ir…