A VIDA ANDA LOUCA

A vida anda louca, sem cerimônia. Sem protocolos. Sanidade se transformou em artigo de luxo, uma versão moderna das especiarias. O normal de antes hoje é peça de antiquário, servido às vezes como um gesto de cortesia. Ser bilíngue não deveria ser manejar apenas o inglês como segunda língua. A linguagem do afeto, essa sim, deveria ser a língua-mãe de todas as criaturas. Algo obrigatório, cada vez mais necessário. A vida anda louca, às vezes corre, gira, como um pneu, deslizando na mais longa estrada, aquela que liga o homem comum, ainda sem acabamento, sem ornamentos morais, ao mais elevado rascunho, o do homem gentil, aquele que deixa marcas de gentileza em cada passo.

Anderson Alcântara
Enviado por Anderson Alcântara em 21/06/2023
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