Madrugada poética
Quem é você que me foge do cobertor,
Abre a porta em sentido de prontidão
Como se estivesse partindo para novo labor.
As trevas ainda cobrem os prédios e morros,
O silêncio habita as ruas vazias
Mas você renega seu descanso
Como se estivesse partindo para o oceano.
É desejo de navegar mesmo,
De romper o horizonte do silêncio
Adiantar-se ao que virá.
Quem sabe?
É preciso navegar, apenas.
Escapa sem licença,
Irrompe nos olhos o brilho da lua cheia.
Não sou insônia, nem notívago.
Sou apenas poemas que saltam no escuro
Para dar as boas vindas ao novo dia.