Declaração de Amor à Bahia
Sou "barriga verde"... Nasci no pequeno município de Tangará, oeste catarinense. Muito novo, aos 15 anos, fui para Curitiba estudar. Aos 18 eu viajei ao RJ e de lá para a Bahia. Queria conhecer os parentes de meu falecido pai que lá moravam. Na Bahia vivi toda minha mocidade.
Trabalhei na UFBA, Gabinete do Reitor e do Governador e também fiz universidade. Depois voltei ao Paraná e estudei filosofia pura no Seminário Matter Eclesiae - Ponta Grossa. Queria ser padre. Acredita?! Voltei à Bahia e fiz teologia. Ainda queria o sacerdócio. Seis meses antes dos votos, recuei, me apaixonei, casei!
Por conta do celibato... E de minhas defesas dos teólogos e pensadores da Teologia da Libertação... Acabei entrando em choque e abandonei a Igreja.
Fiz pastorais com pobres, ricos, remediados, drogados e até trabalhei em programas de televisão: Chão e Paz! Logo no 4º mês de casado encomendei Gabriela - minha primogênita - cujo nome escolhi quando ganhei o livro autografado de Jorge Amado - como agradecimento por pequeno favor que fizera a ele e a filha Paloma, lá na UFBA... Onde trabalhara.
Foi lá onde também apreendi a gostar de música clássica, com as amizades que fizera na orquestra sinfônica da UFBA. Tendo estudado um ano de flauta transversal no Instituto de Música da UFBA. Amava ouvir piano, em especial, a música "pour Elise"... Da qual retirei o nome para dar à minha caçula Elisa.
No início da Nova República, fui convidado para trabalhar em Brasília onde me aposentei em outubro último - como assessor da Presidência do CNPq. Ah! Fiz também mestrado em desenvolvimento sustentável pela UnB, com estudo de caso sobre a Plataforma Lattes e a Rede Hildenet... Nome que Cristovam Buarque, meu professor, dera pelos trabalhos que eu realizava lá em minha residência, em defesa da cidadania.
Mas meu coração sempre esteve preso, enfeitiçado pela Bahia. O jeito de ser alegre dos baianos me cativou. Em cinco anos que trabalhei com o governador, conheci quase todos os então 336 municípios. Ajudei a planejar as obras e as inaugurações. Registrei todas essas realizações em quatro livros publicados pela Empresa Gráfica da Bahia.
Hoje reconheço aqui, que meu amor pela Bahia é imenso, intenso! Tudo que sonho, quero e espero é ir morar aqui definitivamente, o que já venho fazendo. Já tenho meu cantinho escolhido e mobiliado que fica em Guarajuba, distrito de Monte Gordo. Vim sozinho! Só trouxe na bagagem os mais de 850 poemas que comecei a escrever tem bem pouco tempo.
Hildebrando Menezes