Matando anjo
De tanto olhar para o alto, o inalcançável céu
Seres de almas pesadas, não percebem o toque celestial aqui mesmo.
O paraíso ao alcance dos olhos e sua verde exuberância,
Gorjeios e outros sons completam a sinfonia
Não se extasiam com a obra que se revela ao olhar,
Animais multicoloridos e em festa esbanjam beleza e vida;
A pequena formiga, o boto, o mavioso canto do Uirapuru...
Tudo é cor e faina.
A harmonia se constrói e renasce a cada dia.
Anjos da Guarda de frugal costume,
Vestem da floresta,
se protegem e dela cuidam.
São ser e parte.
Simbiose perfeita, dela se alimentam,
Nela se cuidam e em troca protegem.
Um Amor Eterno ampliado na Terra.
Um dia a humanidade vai perceber que não come ouro
E que destruiu o prometido céu.
Sombras dos que já foram seres de luz,
Agora se revelam esquálidas, mais ossos do que vida.
Quando bebemos o veneno da usura?
Quando o brilho do ouro ofuscou a vida?
A pequena vida que sobreviveu ao longo do tempo a espada, ao chumbo, á submissão do açoite,
Ao genocídio vindo de quem devia proteger,
Hoje tem envenenada a água para que definhem os Anjos e o Paraíso
Por 30 dinheiros.
Se não nos importamos,
Que bebamos o resto do cálice que os envenenou!