SOBRE ESCREVER
Escrevo por me imaginar morando na memória de alguns poucos, por um minuto ou mais. Por ver no livro uma forma de testemunhar minha época, tal qual um homem antigo que faz desenhos em paredes de cavernas. Escrever é dialogar com o infinito, é um tipo de prece sem um Deus do outro lado. É uma forma de afeto, de ser sublime, de ser fiel a algum desconhecido e misterioso propósito. Escrever é um tipo de resistência, de não sucumbir, de crer que a ilusão pode ser um tipo novo de verdade.