O POETA e os CARANGUEJOS
Era um catador de caranguejo,
E com maestria ele catava.
Conseguia vender no vilarejo
Tudo que da lama apurava.
Era um hábil catador de caranguejo,
Era bravo igual a um siri na lata.
Tudo nele era um esbravejo,
Mas no trabalho se acalmava.
Era um simples catador de caranguejo,
Mas quem o visse no pântano da mata
Não sabia que ele tinha um traquejo
Que era à noite fazer serenata.
Era um apaixonado catador de caranguejo,
Que tinha frieira daquela que comichava.
Mas pensando na amada vinha o lampejo
De criar poesia enquanto catava.
Era um inspirado catador de caranguejo
Que, quando em casa chegava,
Escrevia com bom manejo
Tudo que a comichão lhe inspirava.
Era um fértil catador de caranguejo,
Que catava, escrevia e cantava.
Era muito querido naquele vilarejo
E de cada um dos 11 filhos bem cuidava.