Mãe das matas
Das terras amazônicas a fé que se manisfesta,
Uma amazonense com um curumim no colo, um Jesus não europeu,
De pé em cima de folha de vitoria-regia,
A força e a beleza sobre as águas,
As orquídeas brancas que povoam as árvores
Agora enfeitam a bela senhora.
Nenhuma heresia, pois outrora
A mesma mulher se vestiu como européia,
Retirada das terras onde o sol castiga,
Para se vestir de azul celeste.
Da Amazônia o manto em terracota,
E o azul está mais para a cor das águas
Que do firmamento olhado da renascença.
Se Maria tem veste negra como a de Aparecida,
Por que não ter os traços do povo amazônico?
Então as preces elevadas aos céus
Evaporam de cada árvore,
Brotam de cada rio,
Para que o cuidado prevaleça sobre a morte,
As queimadas sejam substituídas pelo incenso,
Apenas a fumaças do turíbulo
E o coração arrependido.
A mãe das matas já acolheu Bruno e Dom,
E hoje nos pede conversão.