Teus olhos
Teus olhos
Eu encontraria teus olhos na maior das multidões.
Perceberia teu olhar em qualquer lugar.
Olhos de matiz e expressão perfeitas, olhos de outono que fazem com que me jogue aos seus pés como folhas mortas em reverência.
Olhos que guardam segredos e mistérios que moverei mundos para decifrar ou ser devorado como um peregrino ante a mais valiosa esfinge.
Olhos que ainda guardam a ápice do verão e iluminam como holofotes , olhos do prelúdio do inverno, sábios, intensos, fatais.
Olhos que guardam o que não floresceu para o mundo, a antítese da primavera, mas que possuem um jardim interno mais deslumbrante que qualquer similar exposto e sujeito a implacável ação do tempo.
Olhos que puxam os meus como ímã e pontilham cada passo da minha sina.
Olhos que quero fitar a todo instante, do amanhecer a madrugada, antes, durante e depois dos mágicos e inesquecíveis momentos de amor.
Olhos que não precisam falar para dizer o que sentem, olhos onde vejo todo meu amor refletido, olhos travessos quando tiro teu vestido.
Faróis no mar de incertezas e hipocrisias da vida, porto seguro da ilha do teu corpo, onde eu, náufrago apaixonado, pretendo decorar cada ponto do relevo, explorar todas a tua riquíssima natureza e sem jamais querer ser resgatado, viver a eternidade e além ...
Leonardo Andrade