Escala
- Meu Deus!
- Não acredito!
- É você mesma?
- Sou eu. Em carne e osso.
- rsrs
- Quanto tempo...
- Muito.
- Posso te dar um abraço?
- Claro!
- Nossa! fiquei emocionada.
- Também fiquei.
- O que você está fazendo? Você mora aqui? Como está a sua vida?
- hahaha. Você não mudou nada...
- Pintei os cabelos... Dei uma engordadinha... Mudei sim.
- Não. Por dentro. Curiosa, agitada. A mesma energia.
- Mais ou menos. Mas diz, como você tá?
- Estou aqui. Parado. Emocionado. Olhando pra você.
- Você também não mudou nada...
- Era tão bom, né?
- Era.
- Você se lembra...
- Por favor, é melhor não entrarmos em detalhes.
- Por que não?
- Porque nada mais foi como naqueles tempos.
- Verdade?
- Você não me disse o que está fazendo.
- Realmente, você não mudou.
- Não.
- Pra mim também, nada mais foi como naqueles tempos.
- ...
- A chamada para o meu voo.
- Me dá seu contato.
- Pra quê?
- Pra gente se falar...
- Acho melhor não...
- Por favor.
- Não será como antes. Melhor ficar na recordação.
- Não será. Será novo, diferente. Me dá seu contato?
- ...
- Vamos! Não custa nada.
- Você nem sabe se tenho alguém e quer meu telefone.
- Eu sei.
- O quê?
- Que nos seus olhos têm a mesma emoção de antes.
- Para.
- Eu vi. Eu senti.
- É só a emoção do reencontro.
- Seu contato.
- Última chamada para meu voo.
- Última chamada...
- ...