O dia na Corrente Sanguínea 

 

Que linda manhã, da minha varanda sinto

A umidade do ar e o sol querendo nascer.

Vidas passando a galope, tempo a não perder,

O cachorro abandonado o rabo a convencer.

 

Carros de todas as cores velozes a passar

Enfrente um arranha-céu a querer se levantar.

Muitos trabalhadores a por tijolo sobre tijolo

E o céu a soltar lágrimas que vêm ao meu socorro. 

 

O muro está pichado, mostra a revolta que cria

Um balanço na história dos desiguais em revelia.

Mas a vida segue, os passantes silenciam. 

A dor acalma, os estudantes passam e recriam.