Privada na Privada
Com ouro bordei as palavras atrevidas,
Plantei desejos nas calçadas privadas.
O tempo todo olhei pelo olho mágico
A cortar os sonhos sentada na privada.
Quisera morder a língua dos descasos
Num sonho novo mudar o quadro,
Com cabelos coloridos sair as ruas
Fios por fios a cortar os anos.
As horas passam, passam e passam
Em becos, vielas e ruelas versejo.
Nos varais roupas ensopadas,
No verde desbotado uma mão brida.
A calmaria transcendem espaços,
Correm meu corpo e me eletriza.
Fico acordada no alto da vida a torcer
Para que o tempo não me deixe perdida.