Dimensão Perdida Nos muros das cidades os lamentos, Dedos tortos entortam os belos. Espaços cheios outros sedentos. A buscar a vida pelo anzol disperso. Moça, moça, misture as cartas, Coloque um pouco de sal na lida, Tire o açúcar da comida, Está doce demais essa parida. Arranha a garganta palavra mal...dita, Madruga o medo da massa bem...dita. As sílabas soltas na boca do mundo Escorregam pelos esgotos entupidos e profundos. Nas páginas dos jornais um suspiro Atropela as verdades fétidas E Reprovam as vírgulas e tropeça Nas reticências sem sentido. Correm nos sulcos folhas queimadas, Levadas por uma rajada de vento Para serem esquecidas os escritos, registros e tragédias nos buracos escuros Da vida. Os sinais cortam os séculos passados, Gritam aos ouvidos adormecidos Que os dias troteiam os pés andarilhos. Nas asas da vida olhos felinos são trilhos. Retalhos de mágoas, enganos trançados. Nas ondas do mar banho meu corpo para Que se rompa asim, o sarcástico destino.