Canto Azul-Mavioso
A tristeza me abraça com seus tentáculos e nem mais tento fugir. Adormeço morto e acordo vivo. Deve haver uma saída no som, na sílaba e na arquitetura do osso. Meu sonho desiste da utopia enquanto a cama flutua no chão. O galho e a tripa caminham num passo só, um pulo. Um registro fotográfico desmonta toda a possibilidade de rua. Faz tempo que o corpo voa. Só restam lágrimas ao pensamento. Esboço o rascunho de uma carta. Um destino infindo. Deve haver uma impossibilidade, uma fratura ontológica. Devo morrer feliz hoje. Viver é demasiado. Amanhã deve abrir uma janela no canto azul-mavioso. Fujo.