Outdoor
O dia acelerou os fatos, alcançou os olhos ,
Atravessou as praças.
Nas ruas estreitas esbarros de corpos
Onde sentem-se odores e hálitos.
Entre corpos andarilhos
Esfregaço de pele suada.
O instante único da junção
Do dia com a noite,
Apressa, apreço da volta.
Os dias nas ruas fecham portas,
Abrem portas e tropeçam nas cotas.
Nos dejetos da sorte pauta de rotina.
Respiramos espetáculos enfrente ao teatro.
E o show se anuncia.
A noite é chegada, trânsito humano,
No encontro de olhos, na troca da calçada.
Mãos passam calores, vibrações
Na estação da vida.
Na luz há façanha, medo e sedução.
Há brilho nos olhos,
Segredos no pagear das folhas
Que acende a sede e aumenta a fome.
Estranhos tornamo-nos na estrada alheia,
Num todo um romance, um conto, uma crônica
Num ciclo constante, no fim da página
A verdade é posta no Outdoor.