Ansiedade
Senti o arfar do peito,
num respirar pesado, aspero...
A dor se apossava
de mim,
Era como se um objeto
cortante, uma espada sem piedade
rasgava minha carne, demoradamente
cortava-me com vil atrocidade.
Roubando-me o fôlego de vida
Quem feria-me?
Quem faria tal covardia?
Só eu ali existia...
Senti um nó garganta, era o grito
de dor que sufocava...
Meu pranto mudo, engasgado arrastava-me
desfigurava-me...
Exaurida, quase desfalecida, em vão procurei, a chaga que sangrava, minhas carnes feridas...
Não havia chagas
Não havia cortes
Não havia sangue
Era tão somente a dor de min'alma
dilacerada, a dor a alma
Surreal
Viceral
Sepulcral ansiedade
escondida, pulsante, sombria...
Sob o véu do sorriso que os lábios exibia.