A mulher e o herói
 
     A mulher e o herói se perderam na planície onde o sol se achava em descanso; ali a felicidade batia a porta do castelo feito de areia, que logo se desfez, talvez por falta de atitude e misericórdia surgida na solidão escurecida com a paixão e a história criada.
     O fundamental costume da alegria impactou na ledice dedicada ao outro que não conheceu ou fingiu não conhecer; assim, as tentações em medos e invejas construídas nos vales das montanhas que queimavam sem parar, elevaram os olhos ao conhecimento em fobia, por não se ter nada o que fazer, mesmo sem a resistência de querer vencer.
     O medo presente com a coragem ausente elevou nos frios das cidades, ausentes nos amores sonhados, nos momentos projetado, na solidão que o planeta mostrava, nos caminhos desertos, sem alma, sem se adocicar de um prazer esbranquiçado por falta de um ardor não encontrado na existência solta e ímpia, futurística, de uma celebração em circo, cinema ou teatro.
     Segue o dia, desprovido de desculpa, despojado de melancolia, privado na estranheza da infância perdida nos anos que se passaram, destituído da visão dos que ali absurdamente seguiram, mesmo pensando se existiria ou existirá um futuro para com o leme se guiar.
     Por fim, a mulher e o herói percorreram caminhos diferentes ao vento que se despediu naquele dia das lembranças marcadas em ferro e brasa, cego na contemplação guardada a sete chaves e em quatro paredes dolorida pelo defeito que se dizia ter a lascívia; como a mão carente da calma estendida na presença envelhecida dos sonhos transitados em poemas surrealistas, cincada na projeção da inspiração que se contava flexionada frente a frente na estrada final da loucura escura, dos sonhos iluminados na secura abrasada do ciclo fisiológico do final feliz.