O vento, o tempo, a alma e o mar
Nas asas do vento,
O tempo pega carona
E leva embora os sonhos...
Em contrapartida,
Das areias do mesmo
Se formam as dunas
Nelas brotam vidas
E estas se coadunam
Em planos risonhos...
Mas os ventos rebeldes,
Insanos e medonhos
Nas eternas viagens
Mudam as dunas de lugar.
Transformam a paisagem
Cobrindo as restingas
Formando colinas
E criando a miragem
Que engana o olhar
E ao longo do mar
Vai espalhando a areia
Com gosto de sal
E nos olhos tristonhos
De cada ser passional
A saudade semeia
E o coração mareia
Sempre cruel e mortal...
Ah!
Se o vento soubesse
Os desejos que planta
Quando se espalha!
E o tempo?
Ah!
Se ele pudesse!
Com os olhos argutos
Ao menos enxergar
Por alguns minutos
A alma que banha
O seu corpo no mar...
Feito a bela sereia
E se põe à cantar...
Seria a onda mansa
O amor que margeia
O amar que não cansa
Nem arreda o pé...
E como a lua cheia
Viria beijar a areia
E lhe fazer cafuné...
Adriribeiro/@adri.poesias