O vento, o tempo, a alma e o mar

Nas asas do vento,

O tempo pega carona

E leva embora os sonhos...

Em contrapartida,

Das areias do mesmo

Se formam as dunas

Nelas brotam vidas

E estas se coadunam

Em planos risonhos...

Mas os ventos rebeldes,

Insanos e medonhos

Nas eternas viagens

Mudam as dunas de lugar.

Transformam a paisagem

Cobrindo as restingas

Formando colinas

E criando a miragem

Que engana o olhar

E ao longo do mar

Vai espalhando a areia

Com gosto de sal

E nos olhos tristonhos

De cada ser passional

A saudade semeia

E o coração mareia

Sempre cruel e mortal...

Ah!

Se o vento soubesse

Os desejos que planta

Quando se espalha!

E o tempo?

Ah!

Se ele pudesse!

Com os olhos argutos

Ao menos enxergar

Por alguns minutos

A alma que banha

O seu corpo no mar...

Feito a bela sereia

E se põe à cantar...

Seria a onda mansa

O amor que margeia

O amar que não cansa

Nem arreda o pé...

E como a lua cheia

Viria beijar a areia

E lhe fazer cafuné...

Adriribeiro/@adri.poesias

Adriribeiro
Enviado por Adriribeiro em 07/07/2021
Reeditado em 10/07/2021
Código do texto: T7294966
Classificação de conteúdo: seguro
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