Amor poético
Enrolado nos lençóis do tempo, cá estamos nós,
a juventude vai perdendo a beleza, lentamente.
É num percurso longo para o corpo
e relâmpago para a alma, ficamos nas esquinas.
De nós o que segue é somente um solitário,
vamos cheios dos medos adquiridos dentro das
vontades reprimidas de acertar o caminho que
julgamos nos levar a tal felicidade e perdemos.
Amamos ou nos enganamos pela vida que com
ansiedade fomos nos expondo, ora corpo fogo,
do jovem apaixonado, nos esquecemos quando
o verdadeiro amor chegou nos pegou maduros,
o que fomos já não somos, insatisfeitos vendo
as loucuras que fizemos e os amores que por
inocência da juventude perdemos a reconhecer
perdidamente estamos sós, encontramos nossa
sede de amor disfarçada de poesia amando por
metáfora somos fingidos de um amor poético a
nos enganar, mas o amor é amor não é poesia.
Solidão é solidão essa a nós mesmos não pode
se vestir de outra coisa é a única verdade.