Mais objetivos e menos pessoas
Eu sempre pensei que precisamos de mais objetivos de de menos pessoas em nossas vidas. Queria colocar esse título nesse texto, mas ficaria muito extenso, enfadonho, portanto. Ou ainda um título menos hostil, mais o que usei tem o efeito de despertar a curiosidade, pela indignação, dos educados. E, pela sintonia, dos que acham a grosseria é uma coisa legal. Não é.
Portanto, devemos explicar, com a máxima urgência, que precisamos de nos comprometer mais com os objetivos e nos apegar menos à pessoas. E vamos entender que isso tem um efeito muito positivo para todos os lados. Pois, como eu dizia quando era corretor de imóveis, e dizia porque realmente acreditava, já que convencido pela experiência, o bom negócio é aquele que é bom para todos os lados. Ou você, por mais que se ache esperto, vai vender seu produto por pouco tempo.
O produto que vendemos nas relações humanas, e não vou colocar vendemos entre aspas para não insultar sua inteligência, é o amor. No sentido amplo, que envolve todos os outros tipos de afetos, de cuidado E que é como uma flor que precisa ser regada para não morrer. Sei que não inventei essa citação, mas é verdadeira, e como disse Renato Russo, quais são as palavras que nuca são ditas?
O amor precisa ser regado para que sobreviva e dê flores, para que essas, por suas vez, produzam perfumes. que são energias responsáveis pela manutenção da vida, da vida com qualidade. Com pessoas com as quais poderemos contar. Vejam que mais uma vez, ainda que correndo o risco de insultar quem lê, preciso lembrar que não falo de amor entre duas pessoas apenas. Mas em todos os sentidos.
Todos nós somos mais ou menos carentes e não tem nenhum problema nisso. O problema é como lidamos com essa carência. Se aceitamos e trabalhamos para minorá-la ou se ficamos com crianças mimadas, fazendo biquinho e dizendo que não somos assim.
E quando entendemos que a vida é como é. E não como nós gostaríamos que ela fosse, podemos lidar com qualquer situação e manter nosso equilíbrio emocional, nossa saúde mental.
Podemos aceitar a realidade que algumas pessoas são grosseiras e que não importa o quanto gostemos dela, ela vai nos tratar mal sempre e achar que está certa. Na era do "não sou obrigado", nem mesmo comportamentos universalmente considerados como padrão de uma boa educação são levados em consideração. Talvez, e somente talvez, são pessoas que já foram muito feridas e não entendem que não é ferindo também que vão ter uma vida saudável e plena de realizações. Pois, é verdade também que têm aquelas que somente nos procuram por conveniência.
Aceitar, ainda, que embora tenhamos nosso ponto de vista, é apenas o nosso ponto de vista. E, portanto, temos que respeitar o jeito de cada um. Que as pessoas podem sentir-se bem ao nosso lado hoje e amanhã não mais. E que são livres para irem embora.
Enfim, a compreensão da situação nos leva à busca da solução. E nada parece dar mais sentido à vida humana do que se ocupar de atividades das mais variadas espécies, que despertam o nosso lado criativo. E que podem ser ou não remuneradas.
Disse alguém que o que mais nos assemelha a Deus é nossa capacidade de criar. Podemos, ainda, aliar isso com nossa capacidade de ser útil, de fazer o bem, sem holofotes. Encontrar atividades que nos deem mais que dinheiro, coisa, aliás, que eu gosto bastante, e que não faz mal a ninguém quando ganho com honestidade.
Encontrar sentido nos objetivos, para que as boas relações sejam consequência. E aí nós chegamos num ponto muito importante desse nossa reflexão: nós não temos a intenção de menosprezar as pessoas, colocando-as em segundo plano. Ou de nos achar superiores, na ilusão de que basta nos dedicar a algo para sermos felizes, isolando-nos do mundo. Mas a intenção é respeitar espaços ao mesmo tempo que nos respeitamos.
Afinal, quanto mais feliz e seguros, quantos mais realizados, mais interessantes nos tornamos. Desapegar para conquistar, já que se prender não iremos ter. Para me utilizar de uma expressão atribuída a Shakespeare, cuidemos de nosso jardim ao invés de esperar que nos tragam flores. Mas um jardim bem cuidado, é bom lembrar, atrai pássaros e borboletas.
E se me perguntarem se vivo tudo que escrevo, posso apenas afirmar com todo meu coração, sem nenhuma pretensão de ser superior, que sou o primeiro que aprendo com meus textos. E o que me faz bem eu faço questão de compartilhar. Mas e você que critica tudo, qual sua contribuição para um mundo melhor?