Densa Ilusão
Talvez o que foi vivido
não passou de mero intusiasmo
uma fugaz distração.
Talvez uma carência
um alento numa noite fria
um refúgio em meio a solidão.
Talvez o que foi sentido, foi...
pois não faz mais sentido.
Dificil permanecer mergulhada
na ilusão, hoje tão vibrante
amanhã escape pelas mãos.
Não sei se avanço, retrocedo
ou apenas largo sua mão
não posso viver um sentir estagnado
que precisa de fortes emoções pra continuar pulsando.
Que não se contenta em apenas existir,
um sentir que se expressa no calor da raiva, como um vento impetuoso que não sabe onde ir...que não aprendeu coexistir.
Que precisa do caos pra reacender
.. e eu que sou caos, até mesmo eu, preciso da brisa roçando em minha face, preciso da calmaria que me traz liberdade.
Não posso mais viver nesta prisão
um monólogo cheio de vazios, indagações
Não posso continuar caindo nesse mar de divagações,
de fugas talvez, onde o porto seguro é toda minha intensidade de emoções.
Sem ter pra onde ir, quando as luzes se apagam, quando a ilusão se retira, e a solidão se instala.
Quando o amor inventado deixa seu rastro, nada mais que um vão entre a realidade e a ilusão.
E paira sobre mim, o silêncio que grita mais que mil palavras
Gritando no silêncio denso que mergulhei de corpo e alma.
Em uma taça de mordaz veneno de nome ilusão de sentimentos.
Não posso mais ser apenas uma ponte como caminho ao descontentamento
Não permito esvaziar-me pra preencher vazios que nunca se satisfazem.