E são 200 mil
200 mil nascimentos,
200 mil nomes, corações pulsantes,
200 mil choro de vida e de emoção,
200 mil travessuras, amarguras,
200 mil não, a educação, ao pão,
200 mil sem ilusão, sem chão,
200 mil sem trabalho, vagabundos que são.
200 mil cuidando de irmãos em condição servil.
200 mil sem futuro, sem história que para o Brasil nunca existiu...
200 mil estórias, que amanhã, a vida já esqueceu.
Por que agora , chora a dor, agora o vazio transborda
O eco de revolta bate no céu!
200 mil amores, 200 mil genitores, 200 mil flores
Banhadas por lágrimas da vida ceifada sem se despedir
Muitos fortes que a covardia de um só levou.
Devolveu tristeza
Plantou desesperança
Nesse chão que cansou de buscar a união!