O Poeta

o Poeta

O Poeta tem o dom de eternizar um pensamento, transcrever o mais profundo dos silêncios, preencher de cores vidas em preto & branco, semear sonhos, espargir esperança, despertar o amor adormecido ou até mesmo dissipar as brumas que o mascaram.

O Poeta é um elo entre a quimera e a realidade, é a ponte impossível que os une, é a via de mão dupla que os interliga.

O poeta, escravo do amor, é nômade, perambula entre alcovas e portos sem jamais fincar raízes, pois seu dono e senhor, o amor, o mesmo que lhe dá asas e ensinou a voar não lhe permite assentar, há muito o que conhecer, visitar, conquistar e disseminar, na sua visão, ele não pode se restringir a um posto demarcado, deve permanecer aberto a todas as possibilidades e permanentemente livre para seguir onde o vento sussurrar.

O Poeta tem a benção da eternidade de suas palavras e a maldição de só poder segui-las por um poema. O próximo, escrito sobre costas nuas e pernas entrelaçadas as suas, um chamado da noite ou convite da lua, trará novas mentiras sinceras ou verdades restritas que se espalharam no ar ao amanhecer.

Sua missão é árdua e infinita, ele jamais pode parar, até porque, suas asas de cera um dia irão descolar.

Leonardo Andrade