Meu filho. ViDavi.
Vida: histórias dela.
Em 2003, mais precisamente em Março, lá no pátio da faculdade de humanas, conheci um cara que queria ser rock star. E eu queria cantar. Mas eu gostava de samba e bossa nova. Kkk A sorte é que eu conhecia os amigos certos que me levaram a conhecer o Eduardo Francisco. A gente cantou um pouquinho lá pelo pátio. E decidimos: vamos fazer uma banda, nós dois e chamar um pessoal pros outros instrumentos. Eu já tinha criado uma banda com 15 anos só de meninas mas só eu levei a sério. Depois com 18, com amigos. E ali eu tinha um bebê, estava fazendo um curso por que amava Paulo Freire. Por que eu queria contribuir socialmente pras coisas melhorarem e não só dentro da minha família.
E a gente foi ver o que o Edu já tinha de música. Era um repertório que eu amei na hora. Criamos mais duas juntos. Eu criava as melodias dos vocais e ele da flauta transversa e as harmonias. A gente tocava todos os dias. Tivemos muitos parceiros que tocaram com a gente. Esse foi o momento mais eu mesma da minha vida. O momento que conseguiu fazer com que eu me conhecesse no melhor de mim. Mas as exigências de conhecer mais e mais gente. De sair da faculdade pra ver músicos e não poder cumprir os horários com os cuidados com meu filho estava me incomodando. Eu tentei o que pude pra organizar. Eu dava conta mas não era como eu queria que fosse. A gente começou a tocar e apresentar as músicas. Só que eu via que dinheiro era algo muito instável e eu precisava construir uma vida material mais sólida. Eu acabei tomando a decisão de escolher uma profissão que me permitisse ser criativa mas que no final do mês eu tivesse a certeza do salário. Que eu tivesse uma ordem pra colocar em casa com o meu filho. Mas eu passei anos estudando música assim meio como dava. E eu joguei lá pra frente o seguinte pensamento: um dia ele vai crescer e vamos fazer a nossa banda juntos. Óbvio que eu nunca falei isso pra ele nem nada. Fiquei pela confiança no destino
Eu coloquei o Davi em escolas de música e ele foi bom. Mas era uma coisa lúdica pra ele.
Há uns meses atrás ele me pediu um ukulele. Eu dei, óbvio. E ele aprendeu a tocar sozinho. E me chamou pra tocar violão e cantar com ele. Começamos a gravar. Até que ficou bom.
Tudo tem sentido na vida.
TUDO.