PALAVRAS TORPES FEREM E MATAM
E naquele fatídico dia
Ele falou demais
Disse coisas terríveis
Num momento de ira.
Já não era a primeira vez e,
Ela paciente sempre ouvia
Ressentia-se, mas perdoava.
Porém naquele dia
Foi um balde de água fria
Como de costume
Ele esbravejava
E ela calada, não disse nada.
Sem lágrimas nos olhos
Arrumou suas malas
E suas últimas palavras foram:
Fique na paz e até nunca mais!
Ele irado disse: vai, satanás!
Agora se arrependeu
E todo dia chora
Olha ao céu e implora
Deus, o faça voltar!
Como resposta o silêncio
Deus também calou
Parece que se zangou
Depois de tanta chance
Que ela o deu.
Não chore filho
Não culpe a Deus
Não culpe ao diabo
Ou seres do além
Não culpe a mais ninguém
Você perdeu.
Se for para culpar
Olhe no espelho
Seus olhos vermelhos
Culparão você.
Ela cresceu
Já você...morreu!
JOEL MARINHO