Culpa do vento?
Por onde anda a poesia que existia em mim?
Teria ficado presa à mocidade distante?
Estaria morando num lugar chamado Passado?
Alguém poderá dizer que estou imaginando coisas, que a poesia jamais iria me deixar falando ao vento, essa criatura que atira para longe as folhas secas, indefesas, das árvores.
Mas ainda assim acho que eu mesmo vou perguntar ao vento se ele pode me mandar de volta aquela folha impregnada de poesia que ele fez voar para bem longe.
Afinal, ele não sabia que ela era a minha última poesia, a poesia que existia em mim.